quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mente Perigosa - Parte V (FINAL)

Eu havia pensado em várias versões, acredite, eu cheguei a pensar que ela era fugitiva da polícia, mas eu estava errada. Ela era a criminosa perfeita, ela não deixou rastros, ela foi brilhante como mesma se descreveu.
Agora sim eu estava chocada. Se antes eu não tinha reação, agora piorou tudo, eu não sabia o que pensar. O prefeito que eu sempre admirei, agora era nada mais nada menos que um idiota, que caiu na conversa de uma mulher, perdeu a família, provavelmente o cargo e a própria liberdade, afinal ele era o culpado, ela era apenas mais um cidadã indignada e ninguém sabia da verdade, a não ser eu.
Eu me sentia tão importante agora, eu sabia de um segredo importantíssimo, mas eu sabia que ela iria me ameaçar e eu teria que ficar calada. Mas ainda assim, a adrenalina corria solta por minhas veias e me deixava eufórica.
Depois de minutos encarando-a eu decidi fixar o olhar em outra coisa, talvez só a roupa, ou ... a bolsa. E nela estavam diversas fotos minhas, fotos minhas de quando era criança, da minha mãe, um papel com endereço, CEP, numero do celular, de casa, numero da minha mãe, fotos do meu namorado ... ela tinha a minha vida inteira registrada ali. E meu medo voltou. O que ela queria comigo?
Percebendo minha reação ela logo se prontificou a explicar essa parte da história:
"- Calma. Eu precisava conhecer o inimigo para atacá-lo, mas você é inofensiva, por isso eu decidi vir aqui. Eu preciso somente de uma garantia, ter certeza de que você não vai contar a ninguém nada disso, querida. Vim também alertá-la, você é uma vítima fácil, deveria tomar mais cuidado, não matei você antes porque realmente não quis. "
Peraí, ela vem na minha casa, me conta um crime desprezível (porém brilhante) onde ela rouba boa parte da população, põe a culpa em um "inocente", diz ter pena de mim e que poderia me matar a hora que quisesse e eu ia ficar ali? parada? Não, eu não podia ficar ali, me sentia tão fraca.
" - Não tive outra escolha, apesar de você ser uma presa fácil, eu tive que optar por pessoas ao seu redor e infelizmente o seu namorado não está mais entre nós, sinto muito. "
Meu mundo caiu. Como assim? Ela matou o ... Murilo? Não, não, não, não!
minha reação foi imediata, corri pra cozinha ao lado, peguei uma faca, tirei o celular do bolso, apertei o número 3 na discagem rápida e o telefone dele estava chamando. Enquanto isso eu caminhava em direção a sala, segundos haviam se passado e foi tão rápido que nem o tremor consegui sentir. Quando atravessei a porta, meu susto!
" - Alô? "
Era ele. E ela não estava mais lá.
Depois desse dia me mantive mais calada do que nunca. Vi o prefeito ser preso e sem contar a verdade, até porque quem iria acreditar que aquela doçura de mulher, um anjo iria ser responsável pelo roubo mais importante da história? E eu me mantive calada, absolutamente calada, não iria mais arriscar. Meu amor estava vivo, graças a Deus e eu queria preservar a minha vida, a dele e da minha família.
A única coisa que eu não consigo esquecer, é o som dos passos dela indo embora e me deixando com o coração na mão. O som dos passos de uma mulher que eu nunca mais ouvi falar, uma mulher da mente perigosa.

Uma história criada por Priscilla Nascimento, sobre uma psicopata.

Mente Perigosa - Parte IV

Depois que me sentei, ela enfim levantou a cabeça e fixei meus olhos em sua expressão, era a chance que eu sempre quis ter, poder encará-la olho no olho e tentar desvendar o mistério que ela me mostrava. E surpreendentemente ela simplesmente sorriu. Eu esperava outra reação, que ela fosse sacar uma arma ou algo do tipo pra me executar de cara, no meu primeiro vacilo. Mas não, ela sorriu e começou a rir da minha cara de curiosidade, talvez ela também estivesse esperando medo da minha parte e não curiosidade.
" - Estou assustando você? ", ela disse em meio as gargalhadas suaves e discretas.
Eu engoli seco, e respondi: "- Não, mas estou surpresa com a sua visita, Analua". Nesse momento eu queria parecer séria, com minha inútil tentativa de fazê-la sentir medo de mim.
Eu procurava pelo medo que havia sentido quando abri a porta, mas não o encontrava, era apenas um momento incrível, diante da milher que tentou me matar e eu nem sequer tremia, eu não perdi a voz como de costume. Era ela, com todo seu explendor me encarando e achando graça dessa minha reação. Ela tomou mais um gole do meu uísque e começou a falar:
" - Sabe, aquela noite eu não tinha intenção de matar você, era só pra dar um susto, só pra que você não visse o que todas essas pessoas não poderiam ver. Você teve sorte, viu e não morreu. Eu não teria feito o mesmo com elas, mas algo em você me deixou com ... pena. É, pena é uma boa palavra. Você me pareceu ser esperta demais, mais esperta que esses puxa-sacos escandalosos e invejosos, você teve chance comigo, sortuda. "
Pronto! Achei o medo que estava procurando, ela realmente disse que iria matar outra pessoa que estivesse no meu lugar? E que eu era sortuda? Não, eu precisava acordar. Junto com o medo veio aquela consequência drástica e irritante: eu perdi a voz e as palavras sumiram diante de mim, em segundos.
" - Quero ser bem sincera com você, andei a vigiando durante esses dias e você não contou a absolutamente ninguém o que viu aquela noite, confio em você e acho que tem o direito de saber oq ue realmente aconteceu, por você ser mais esperta, você merece saber a verdade. Os outros são idiotas demais pra entender. Como você já deve ter raciocinado, eu virei amante do prefeito. Mais um bobo, um otário que não resiste a uma cruzada de perna e jogada de cabelo, eu cheguei a pensar que com ele seria difícil, já tinha ouvido falar da sua fama de 'certinho' .
Me aproximar dele foi muito fácil, além da minha forma natural de chamar atenção, essa cidade tem os cúmplices perfeitos, mesmo sem saber de nada, eles acabaram me ajudando a cometer o crime mais brilhante que já se ouviu falar por aqui."
Bem, ela sabia bem o que estava fazendo, mas o meu medo era se ela não iria se arrepender depois. Ela poderia me contar a história toda e depois me matar, seria um desabafo e a última etapa do crime, certo?
" - Bastou uma ida ao gabinete, fazer cara de ingênua e ele caiu na rede! HAHAH! Depois daí era só manter uma relação estável e envolvê-lo na história, a cobaia perfeita. Uma mulher sensual sabe conseguir o que quiser, basta ser inteligente. Eu fiz charme, cedi de um lado e bloqueei o outro e o convenci a se afundar sozinho. Ele foi até a casa do irmão, que deu a chave do banco, da sua sala pessoal, onde ficavam os computadores com todas as informações importantes e pra mim, essenciais. Fomos até lá pra uma aventura, eu fui até boazinha em lhe proporcionar esse momento, ele estava tão feliz. Bo-bi-nho. O mais fácil estava por vir, havia adquirido alguns truques de economia com um antigo parceiro e bastavam alguns cliques pra mover dinheiro pra qualquer conta, era só ter o número certo. Depois da'diversão' com o prefeito, eu coloquei um remedinho do sono no seu drink e ele dormiu como um anjo. Fiz o que me deu na telha em meio àquelas contas recheadas, movi para minha conta preparada já para isso, desliguei tudo, apaguei as digitais, vesti a roupa e saí. Brilhante, não? "
(continua)

Mente Perigosa - Parte III

Assistindo ao noticiário, numa terça-feira pela manhã, a âncora começa a dar uma notícia de roubo no banco da cidade. Um roubo não, na minha interpretação aquilo foi o fim do banco na verdade, um verdadeiro desastre. E o mais intrigante: o ladrão era muito mais do que conhecido por todos ... o próprio prefeito!
Não, não! Intrigante demais pra mim, que o havia visto a poucos dias com a mulher mais misteriosa que eu já tinha visto. Ele era um político perfeito, totalmente decente, e de repente ela rouba o banco da cidade, assim, do nada? Ok. Ele era irmão do dono do principal banco da cidade, um verdadeir império no ramo financeiro, ícone nacional. Ele roubou ... o próprio irmão?!
Tomando como exemplo toda a população, fui até a casa do prefeito, no meio daquela multidão gritando e exigindo explicações, enquanto uma escolta de seguranças protegia a casa e provavelmente o prefeito que estaria lá dentro, se escondendo.
Ninguém conseguia entender o que havia acontecido, os olhos aflitos procurando pelo prefeito, mas eu procurava um algo mais, eu queria vê-la, saber se ela estava ali no meio também, tão indignada quanto os outros ... mas seria falsidade demais. Ela deveria estar envolvida nisso, afinal não estava lá. Eu a procurei o dia todo, em todos os lugares, cheguei a encontrar alguns dos poucos amigos íntimos que ela tinha, mas ela não estava lá.
Quando as pessoas cansaram e viram que gritar o dia todo não ia adiantar nada, e que o antigo prefeito honesto não iria dar as caras. Quando me dei conta, o dia já havia passado e eu o havia perdido procurando a ' senhorita doçura ' no meio daquela gente toda. Voltei pra casa, já estava quase escuro, abri a porta e ela estava lá.
Meu coração veio na boca, senti o sangue correr por minhas veias quando a vi. Sentada no meu sofá branco, em um vestido vermelho 'tomara que caia', num salto 15cm, cabelo preso num coque charmoso e simples, segurando minha taça italiana, completa com meu uísque caríssimo que eu havia guardado para ocasiões especiais. Mas pensando bem, essa era uma ocasião especial.
No começo do texto eu havia dito que não tive a honra de conhecê-la, e não menti. Ela estava na minha casa e eu não sabia quem ela era, só o nome, mas olha que coisa vaga, abstrato ... Analua poderia ser até um nome falso (a essa altura eu já havia pensado em mil e uma possibilidades e elas não eram boas).
Desde o momento que eu havia aberto a porta, haviam passado uns 2 minutos e eu estava estática e ela não me dirigiu nem sequer o olhar. Calada eu estava, calada eu fiquei. Eu não sabia a que nível esta "visita" iria ficar, então preferi não arriscar. Ela pediu com a voz mais doce e delicada do mundo para que eu me sentasse, mas que fechasse a porta de imediato. Mesmo com tom suave, ela me pareceu apreensiva, como se estivesse se escondendo, mas queria se manter forte e autoritária, mas algo em sua voz me fez perder o medo.
Em meio àquele clima ' quase tenso' eu a notava distante e toda aquela concepção de mulher decidida sumiu da minha mente, ela agora era definida simplesmente por: frágil. O que eu não conseguia entender era o que ela queria comigo ... ela teria vindo para me matar? (continua)

Mente Perigosa - Parte II

Tirando o fato estranhíssimo dela atirar o carro contra mim sem eu sequer ter dito nenhuma palavra, o que tinha de tão errado ou confidencial que eu não poderia saber?
Bem, se a intenção dela era realmente me manter longe ... ela NÃO conseguiu!
Na verdade eu tive a impressão de que ela queria me tirar dali o quanto antes, desviar minha atenção pra ela, mas enquanto eu inha esse raciocínio, mais uma pessoa saiu da casa abandonada: o prefeito da cidade. Mas como assim? Ele era um senhor de seus cinquenta e tantos anos, casado e muito bem casado, um homem de respeito, sério ... Será que eles estavam tendo um caso?
Não era difícil de imaginar que isso seria possível, afinal ela era uma mulher deslumbrante e que poderia conquistar qualquer homem que quisesse, mas já haviam boatos que ela estava saindo com um surfista novinho que era cobiçado por todas as adolescentes e até mulheres casadas. Mas se ela poderia estar com esse bonitão, porque atacaria justo o prefeito? Ele sempre me pareceu um homem tão sério ... mas era homem e como dizem: " a carne é fraca ".
Eu poderia achar normal, ela era linda e agora amante e eu até estava feliz por ter descoberto alguma coisa negativa sobre ela, mas daí a querer me matar só pra manter esse segredo, aí já era demais pra minha concepção de ' normal '.
Ok. Daí em diante o que eu poderia fazer? Depois de ser ameaçada, ser praticamente assassinada por um carro com uma motorista que é quase confundida com um anjo por todos (menos por mim), minha única opção era ficar só observando, mas eu não a deixaria em paz.
Depois dali os dias foram normais, eu ainda estava com medo, claro, mas nada de extraordinário poderia acontecer. Normal demais pra ser verdade. (continua)

Mente Perigosa - Parte I

Ela era nova por aqui e tudo tinha ar de "novo". Na concepção dela era o começo de uma nova etapa, ela deixaria pra trás tudo o que tinha vivido, suas mágoas, seus antigos amigos, seu primeiro amor, recordações ... tudo! A partir dali a Analua seria outra pessoa.
Morena, alta, olhos castanhos claros, pele de pêssego, branca como a neve, o tipo de mulher que se destaca em qualquer lugar. Extravagante, personalidade forte, já era normal chamar atenção, e ela particularmente adorava isso, sempre dava um jeito de ter todo o foco nela, fosse ele bom ... ou não.
Um nome tão doce, pra uma mulher tão dedicida, e digo mulher porque era assim que ela se enxergava, 17 anos, quase 18 e ela era A mulher a partir daquele dia, iniciaria sua nova fase.
Mas o que uma mulher tão incrível como essa estaria fazendo perdida numa cidade pequena e porque ela decidiu mudar só agora?
Era o que todos se perguntavam, inclusive eu. Não, eu não tive a honra de conhecê-la. A vi em algumas ocasiões precisas e marcantes e que me chamaram muito a atenção, daí eu passei a observar a tão charmosa e encantadora Analua. Ninguém é perfeito, ninguém mesmo, mas com ela era diferente, não havia defeito algum naquela mulher, cheguei a procurar mínimos detalhes de expressão, vacilos de comportamento, vasculhei o passado... absolutamente nada de errado com ela.
Quem a conheceu, chegou a dizer que era um doce de pessoa, verdadeiramente e incrivelmente bondosa, carinhosa, simpática, sorridente ... elogios não faltavam a ela! Às vezes chega soava cansativo e meloso, ninguém poderia ser tão perfeito assim, aquilo me irritava.
Mas bem, o que eu poderia fazer? Já tinha procurado todos os defeitos possíveis e não havia encontrado nada, decidi me conformar, até que um dia algo me chamou atenção.
Estava eu voltando de uma festa, como todas as quintas-feiras, em meu caminho pra casa avistei um lindo carro estacionado em uma casa abandonada a alguns anos, em um bairro de classe alta da cidade. Até aí nada de estranho, mas adivinha quem sai da casa em um salto vermelho enorme, um sobretudo cinza e um chapéuzinho delicado ? Sim, a própria.
Eu poderia simplesmente ter me virado e ido embora, mas ao me ver ela entrou no carro, acelerou em segundos, fez meia-volta e veio com o carro na minha direção. De início levei na brincadeira, quando caí na real, ela estava vindo com tudo pra cima de mim, justo de mim! Me atirei na calçada, ela parou o carro bruscamente a poucos metros de mim, abriu o vidro, me olhou nos olhos e disse: - " Fique longe de mim " . E saiu. (CONTINUA)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O que a vida ensina.

Definitivamente, a vida é uma escola.
e a gente aprende muito com ela, mas muito mesmo.
Por exemplo, arrependimento também é ensinamento, é experiência. Eu mesma já tive tanto medo de me arrepender, deixei de dizer coisas que precisavam ser ditas, e por medo eu me calei. Fiz muita bobagem e me arrependi muuuito, mas aí eu li uma frase que me chamou atenção:
"Melhor acordar arrependida, do que dormir na vontade. "
Por isso que hoje eu me arrependo do que eu não fiz. Claro que às vezes dá raiva de algumas ações, mas a gente tem que ser forte e maduro pra aguentar as consequências, e isso é crescer, são as coisas que a vida nos oferece.
A linha de raciocínio é essa: nasci - cresci - aprendi (:

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

diga SIM !


Se ainda resta alguma dúvida, aqui vai o meu conselho: faça!
Não estou incentivando você a jogar tudo pro alto por qualquer coisa, eu digo isso para aquilo que te faz BEM!
Se te enche de orgulho, se te traz boas lembranças, se te faz rir do nada e por nada, se te fascina, se dispara o seu coração, se te faz sentir medo .. sim, o MEDO, e porque não?
O medo é a prova de que você quer, mas não sabe se está pronto pra isso, se pode aguentar as consequências. É a prova de que se der certo você vai olhar pra trás e pensar: " E se o medo tivesse me impedido ? "
Mesmo que o mundo inteiro se volte contra você, aponte, critique, brigue, grite ... te faz bem e é isso o que importa!
se jogue de cabeça, mantenha um foco, curta cada momento, faça valer à pena ... e se não der certo, aí você retorna e pensa em mais uma loucura, algo mais que te faça bem!
Se não der certo pelo menos você foi e tentou, melhor do que ficar aí parado, com essa dúvida!
É das vitórias que tiramos conquistas, mas é das derrotas que tiramos aprendizado!
- FAÇA ACONTECER! :D