quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mente Perigosa - Parte III

Assistindo ao noticiário, numa terça-feira pela manhã, a âncora começa a dar uma notícia de roubo no banco da cidade. Um roubo não, na minha interpretação aquilo foi o fim do banco na verdade, um verdadeiro desastre. E o mais intrigante: o ladrão era muito mais do que conhecido por todos ... o próprio prefeito!
Não, não! Intrigante demais pra mim, que o havia visto a poucos dias com a mulher mais misteriosa que eu já tinha visto. Ele era um político perfeito, totalmente decente, e de repente ela rouba o banco da cidade, assim, do nada? Ok. Ele era irmão do dono do principal banco da cidade, um verdadeir império no ramo financeiro, ícone nacional. Ele roubou ... o próprio irmão?!
Tomando como exemplo toda a população, fui até a casa do prefeito, no meio daquela multidão gritando e exigindo explicações, enquanto uma escolta de seguranças protegia a casa e provavelmente o prefeito que estaria lá dentro, se escondendo.
Ninguém conseguia entender o que havia acontecido, os olhos aflitos procurando pelo prefeito, mas eu procurava um algo mais, eu queria vê-la, saber se ela estava ali no meio também, tão indignada quanto os outros ... mas seria falsidade demais. Ela deveria estar envolvida nisso, afinal não estava lá. Eu a procurei o dia todo, em todos os lugares, cheguei a encontrar alguns dos poucos amigos íntimos que ela tinha, mas ela não estava lá.
Quando as pessoas cansaram e viram que gritar o dia todo não ia adiantar nada, e que o antigo prefeito honesto não iria dar as caras. Quando me dei conta, o dia já havia passado e eu o havia perdido procurando a ' senhorita doçura ' no meio daquela gente toda. Voltei pra casa, já estava quase escuro, abri a porta e ela estava lá.
Meu coração veio na boca, senti o sangue correr por minhas veias quando a vi. Sentada no meu sofá branco, em um vestido vermelho 'tomara que caia', num salto 15cm, cabelo preso num coque charmoso e simples, segurando minha taça italiana, completa com meu uísque caríssimo que eu havia guardado para ocasiões especiais. Mas pensando bem, essa era uma ocasião especial.
No começo do texto eu havia dito que não tive a honra de conhecê-la, e não menti. Ela estava na minha casa e eu não sabia quem ela era, só o nome, mas olha que coisa vaga, abstrato ... Analua poderia ser até um nome falso (a essa altura eu já havia pensado em mil e uma possibilidades e elas não eram boas).
Desde o momento que eu havia aberto a porta, haviam passado uns 2 minutos e eu estava estática e ela não me dirigiu nem sequer o olhar. Calada eu estava, calada eu fiquei. Eu não sabia a que nível esta "visita" iria ficar, então preferi não arriscar. Ela pediu com a voz mais doce e delicada do mundo para que eu me sentasse, mas que fechasse a porta de imediato. Mesmo com tom suave, ela me pareceu apreensiva, como se estivesse se escondendo, mas queria se manter forte e autoritária, mas algo em sua voz me fez perder o medo.
Em meio àquele clima ' quase tenso' eu a notava distante e toda aquela concepção de mulher decidida sumiu da minha mente, ela agora era definida simplesmente por: frágil. O que eu não conseguia entender era o que ela queria comigo ... ela teria vindo para me matar? (continua)

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